Era um dos locais que não tinha em mente visitar, mas que surgiu por convite de um familiar. Uma manhã em passeio pela natureza à descoberta de uma aldeia do projeto Aldeias de Portugal, bem junto à cidade de Valongo – Aldeia de Couce.
A poucos quilómetros e minutos da cidade do Porto encontramos a cidade de Valongo. Nesta, o Parque da Juventude, onde se inicia o Corredor Ecológico que a liga, entre outros locais, à Aldeia de Couce.
Esta aldeia fica entre a Serra de Santa Justa e a Serra de Pias e é banhada pelo Rio Ferreira. É uma das Aldeias de Portugal, com caminhos empedrados e as suas casas antigas feitas com blocos de quartzito. Não iniciei este caminho em Valongo, mas fui ter ao lugar de Campo, nos arredores da cidade. Aí pode-se deixar o carro junto à Ponte Milhária e seguir pelo Corredor Ecológico, a pé ou de bicicleta, junto ao Rio Ferreira. Dali até à Aldeia de Couce são cerca de 3,5 quilómetros. Mas a caminhada pode ser maior, escolhendo um dos percursos disponíveis – Verde (que está inserido no Corredor Ecológico), Amarelo ou Vermelho.
É possível chegar à aldeia de carro, mas não era esse o meu objetivo e deixo a sugestão para que não seja também o vosso. O encanto está também no caminho, na paisagem e na natureza envolvente. O percurso é fácil e acessível também a bicicletas. A altimetria é muito pouco significativa.
Antes de voltar ao ponto de partida, a minha sugestão é deixar a aldeia e ir até à ponte sobre o Rio Ferreira e seguir pelo estradão à esquerda, subindo um pouco e depois descer até junto ao rio por um dos trilhos para o lado mais verdejante e fresco onde pode ver algumas cascatas de pequena dimensão e antigos campos agrícolas bem como algumas ruínas de casas, palheiros e moinhos, voltando novamente até à Ponte de Couce sempre junto ao rio. Depois poderá fazer o caminho inverso até ao lugar de Campo. Esta parte também faz parte do Percurso Verde.
Se tiver mais do que uma manhã para caminhar pelo local, aconselho a realização de um dos percursos ou iniciar a caminhada no Corredor Ecológico logo no seu início no Parque da Juventude de Valongo e voltar ao final da tarde pelo mesmo caminho. O percurso no corredor entre o Parque da Juventude e Couce, ida e volta, é de 9 quilómetros. Eu apenas tive uma manhã e, contando com a viagem de Santarém até lá, foi muito bem aproveitada. Não deu foi para fazer o corredor todo, daí ter feito a opção descrita. A parte da tarde optei por ir mais uma vez até à cidade do Porto.
E A ALDEIA EM SI, VALE A PENA?
Claro que sim. É uma aldeia típica, toda em pedra, desde o piso das ruas até às paredes das casas. É interessante tentar perceber como é que estão viaturas nos pátios das casas sendo as ruas extremamente estreitas. Deixe-se guiar pelo colorido de algumas janelas, das roupas estendidas, pelo cantar dos galos, pelas sombras e pela paz daquele lugar.
Vale a pena percorrer calmamente os caminhos empedrados deste pequeno aglomerado típico e observar as marcas do passado aqui presentes, como as casas antigas, feitas com blocos de quartzite, proveniente da exploração mineira e de xisto. De notar a particular configuração das paredes, irregulares, por aproveitarem os materiais diretamente da natureza, sem tratamento prévio. Não deixe de passar pela ponte (romana) de Couce e de visitar a capela da aldeia.
A simbiose entre o antigo e o moderno está muito bem conseguida, sendo que desde a iluminação pública até aos contentores do lixo, por exemplo, todos estão muito bem enquadrados na paisagem.
Esta zona já foi costa marítima e ainda é possível observar alguns fósseis marítimos, bem como marcas da ondulação nas rochas do lado direto do caminho.
Bom caminho!
Artigo originalmente publicado no meu antigo blog – Em Caminho
“O principal objectivo deste blogue é, para já, o de despertar nos leitores e seguidores a curiosidade de serem turistas no seu país, na sua cidade. Espero conseguir pelo menos dar o incentivo, bem como algumas dicas interessantes, mas espero também receber muito. Receber ideias, sugestões, críticas, convites, etc.
Vou escrever sobre caminhos já feitos, sobre caminhos que tenciono fazer, sobre caminhos que gostava de fazer, sobre caminhos que podem ser feitos por outras pessoas. Vou escrever, sem data e hora marcadas sobre o que tiver a ver com os meus caminhos, as minhas viagens e incursões por este Portugal maravilhoso e, quiçá, por esse mundo fora.
Mas viajo assim tanto?
Não, claro que não. Infelizmente não tenho dinheiro para viajar sempre que me apetece, apesar de conseguir viajar com pouco como já tive oportunidade de fazer. Mas sempre que der para sair do sofá e ir por aí, vou tentar antes ou depois escrever por aqui.
A ideia é mesmo dar ideias para programas e locais a visitar, sempre numa óptica de turismo não convencional. De mochila às costas, ou mesmo à boleia. Dar a minha opinião e sugestão e deixar que o leitor descubra por si, pois cada local pode ter várias abordagens e despertar diferentes sensações a cada pessoa que o aborda”.
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