Desafiado pelo Pe. Tiago Moita, participei enquanto fotógrafo e paginador na edição de três livros sobre a História e o Património das igrejas localizadas nas paróquias onde é pároco – Vale de Figueira, Póvoa de Santarém e Alcanhões.
Estes livros, como apresentarei abaixo, vão além das história e património das referidas igrejas, indo mais fundo, à história das freguesias e localidades. São fruto de um intenso trabalho de pesquisa do Pe. Tiago Moita, que é também historiador, e que pretendem registar os acervos de arte sacra destas paróquias, bem como a caracterização dos seus templos principais.
O meu trabalho consistiu na realização das fotografias das várias peças de arte sacra, com posterior edição e ainda a paginação dos livros. Para a fotografia, visto serem peças de elevado valor, foi montado estúdio móvel nas igrejas e realizada a captação. A posterior edição e tratamento foram realizadas tendo em conta o propósito de cada um dos livros. Também realizei o trabalho de fotografia dos espaços interiores e exteriores, bem como digitalização e tratamento de documentos e fotografias antigas. Por fim, realizei toda a paginação dos livros e a sua preparação para a impressão gráfica.
Sobre o autor
O padre Tiago Moita é Licenciado em Teologia e em História de Arte, Doutorado em História na especialidade de Arte, Património e Restauro. Já participou em projetos de investigação de História, quer em Portugal, quer em Espanha.
Os livros
O primeiro dos livros foi lançado em 2019 com o título: A Igreja de São Domingos de Vale de Figueira, Santarém – História e Património.
Temos presente um livro que se reveste de um conhecimento fundamental na história do património da União de Freguesias de São Vicente do Paúl e Vale Figueira, mais concretamente o património artístico da Igreja de Vale de Figueira, mas também da própria paróquia, indo aliás mais longe, até às circunstâncias da criação da paróquia de Vale de Figueira.
A Igreja de São Domingos de Vale de Figueira, concelho de Santarém, oferece aos seus visitantes a presença de um património artístico de grande interesse. Para além da arquitetura do seu templo, inclui numerosíssimas peças de vários géneros artísticos, desde imaginária em madeira, terracota, e marfim, pintura a óleo e a fresco, retabulística, azulejaria, paramentaria, mobiliário, pratas e alfaias litúrgicas, entre outras. Significativamente, parte deste património é oriundo do antigo Convento de Santa Maria de Jesus de Vale de Figueira, da Província da Arrábida, fundado no século XVII por D. Henrique de Portugal, e sua mulher, Dona Ana de Ataíde, e extinto em 1834, na sequência da revolução liberal.
O segundo livro, lançado em 2020 com o título: A Igreja de Nossa Senhora da Luz da Póvoa de Santarém – História e Património, diz respeito à igreja da localidade da Póvoa de Santarém, também ela no concelho de Santarém.
Este livro é enriquecedor no tocante à história da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Luz, que atualmente conta com um edifício no seu todo em boas condições, contemplando também no seu interior um património artístico e cultural significativo. A história da Paróquia, com a qual nos iremos encantar, remonta ao século XVII, estando repleta de relevantes curiosidades: i) um percurso com 408 anos; ii) entre 1844 e 1912 o padre António Figueiredo foi Pároco das três paróquias que hoje constituem a União de Freguesias, Achete, Azoia de Baixo e Póvoa de Santarém; iii) a píxide de prata ainda em utilização; iv) as duas catástrofes que assolaram a Paróquia; v) o levantamento de párocos, desde 1672 até à atualidade; vi) a relação de Azoia de Baixo com a Paróquia da Póvoa de Santarém; entre muitas outras.
A presente monografia é dedicada à igreja paroquial de Nossa Senhora da Luz da Póvoa de Santarém e ao seu património artístico e cultural. Este templo possui um conjunto de obras artísticas que, no meio da historiografia da arte portuguesa, se revela praticamente desconhecido (com exceção de uma imagem de Santo António, quinhentista, do Mestre P.A.) e, por isso, pouco estudado. Entre o seu património, quase todo oriundo do Convento de Santa Clara de Santarém, extinto em 1902, consegue-se encontrar pequenas pérolas de grande nível artístico, sobretudo no campo da escultura, da paramentaria e da ourivesaria sacras, em contexto local, regional e nacional. Impunha-se, por isso, investigar, recolher, estudar, problematizar e escrever a história desta igreja paroquial, desde os seus alvores à atualidade, e do seu património, para maior conhecimento e divulgação junto do público em geral, e dos estudiosos em particular, e para registar como memória para as gerações futuras, contribuindo para inspirar uma responsabilidade comunitária que permita a salvaguarda deste templo e a sua promoção com fins educativos e culturais.
Por último, o terceiro livro, com o título: A Igreja de Santa Marta da Vila de Alcanhões – História e Património, foi lançado em 2022, respeitando não só o imóvel de interesse público que é a Igreja de Alcanhões como a capela dedicada a Nossa Senhora das Maravilhas, existente nessa localidade.
Alcanhões, situada no coração da região ribatejana, na zona de bairro, na margem direita do Tejo, a 8 km ao nordeste de Santarém, possui uma área total de 11.050 km2, pela qual se distribuem várias zonas de povoamento: o seu núcleo principal edificado, assente em ameno outeiro de significativa extensão, a uma altitude de 63 metros acima do nível do mar, e três outros núcleos populacionais mais pequenos, a norte – Casal Novo, Sete Pés e São Pedro –, que integram hoje a malha urbana que compõe a vila. Os limites territoriais da povoação desenham-se com as freguesias vizinhas de Achete e São Vicente do Paúl a norte, Vale de Figueira a este, cidade de Santarém e Ribeira de Santarém a sul, e Póvoa de Santarém a oeste. No centro e no ponto mais alto do outeiro por onde se estende a povoação de Alcanhões ergue-se a igreja matriz, de invocação a Santa Marta, edificada no século XVI. Classificada como “Imóvel de Interesse Público” (IIP), pelo decreto n.º 95/78, publicado no Diário da República, I Série, n.º 210, de 12 de setembro de 1978, a distinção abrange, além do imóvel, «os azulejos que revestem o seu interior, a imagem da Virgem do século XVI, a escultura em pedra do fim do século XV, possível representação de Santo António, o retábulo de talha barroca e a coluna com pia circundante, assente sobre pilastra». Mais do que um título honorífico sem efeitos práticos, a classificação confirma e valida o interesse deste templo como valor cultural de importância nacional, consistindo, essencialmente, numa medida de proteção e valorização sobre o imóvel.
Para além da igreja matriz, Alcanhões conta ainda com outro local de culto de suma importância: a capela de Nossa Senhora das Maravilhas. Foi construída no século XVII para albergar a imagem gótica de Nossa Senhora das Maravilhas, que o Prior da igreja de Marvila (Santarém) trouxera, instalando-a na ermida da sua família, em Alcanhões. A fama desta Imagem, que a tradição reportava como tendo sida oferecida por São Bernardo ao primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, desde logo angariou a deslocação de romeiros à capela, oriundos das aldeias vizinhas, os quais visitavam a Senhora das Maravilhas para pagar as suas promessas e oferece-lhe as suas dádivas (ex-votos). O estudo destes dois importantes edifícios religiosos e o seu recheio artístico e patrimonial constitui o ponto de partida da presente monografia. Procura-se entender nas suas múltiplas dimensões a igreja de Santa Marta e a capela de Nossa Senhora das Maravilhas de Alcanhões e levar este entendimento tanto à comunidade local, guardiã destes tesouros há mais de cinco séculos, como a todos aqueles que se interessam pela história e o património escalabitanos. Por outro lado, subjaz a este trabalho uma outra intencionalidade: alertar e sensibilizar a população local para os riscos de perda de identidade e memória em que a igreja de Santa Marta e a capela de Nossa Senhora das Maravilhas incorrem, caso não sejam cuidadas, conservadas, valorizadas e protegidas pela comunidade que as edificou e delas usufrui. Na verdade, preservar e recuperar a igreja de Santa Marta constitui, hoje em dia, uma ação que importa colocar no centro da agenda da comunidade cristã e da freguesia no seu todo, pois são cada vez mais visíveis (e agravam-se de ano para ano) diversas anomalias no edifício da igreja e da capela, tanto ao nível das estruturas e da cobertura como ao nível do equipamento integrado.
Pensado em em fase de pesquisa está um quarto livro dedicado à História e Património da paróquia de Azóia de Baixo, onde o Pe. Tiago Moita também é pároco.
O trabalho de fotografia
Como já referi, o meu trabalho passou também pela recolha fotográfica e posterior edição das fotografias das várias peças de arte sacra, dos locais, entre outros aspetos que foram necessários fotografar. No meu site de fotografia tenho alguns exemplos desses trabalhos, nas galerias de portfólio dedicadas à Arte Sacra. Contudo, deixo de seguida alguns exemplos de fotografias usadas nestes livros.
O trabalho de paginação
O trabalho de paginação de qualquer livro passa por várias fases, que vão desde a escolha do formato, do tipo e gramagem do papel, dos espaços e margens, até à configuração final para impressão, passando, claro está, pela paginação em si – o inserir os conteúdos no layout definido. Nestes três livros não foi exceção. Após definidas as características do livro no que respeita ao formato, dimensões, tipo de papel, margens e espaçamentos, cores e tipos de letra, foi tudo criado, editado e testado até chegar à versão final que saiu para venda. Todo esse processo foi desenvolvido por mim, com as indicações do autor, para que fosse ao encontro do por este idealizado. Eis alguns exemplos de algumas páginas de cada um dos livros:
Conclusão
Para terminar apenas referir que estes livros podem ser encontrados para venda nalgumas livrarias da cidade de Santarém e nas paróquias ou entrando em contacto comigo.
Se pretende lançar o seu livro, estou disposto a trabalhar consigo no sentido de o concretizar obedecendo a todos os critérios editoriais por si definidos e a todas as normas legais para a publicação de livros. Realizo não só o trabalho de paginação bem como o trabalho fotográfico, de design e de preparação para impressão. Contacte-me.
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